O que o viajante fez?

Talvez estejamos todos na posição do homem na história de Morton Kelsey que chegou à beira de um abismo. Enquanto ficava lá pensando o que faria em seguida, o homem surpreendeu-se ao ver uma corda bamba esticada sobre o abismo. E devagar, com segurança vinha pela corda um acrobata empurrando antes de si um barril com outro artista dentro. Quando chegaram finalmente à terra firme, o acrobata sorriu diante do espanto do homem.
- Você não acredita que eu consigo fazer de novo? - perguntou ele.
- Mas claro, com certeza acredito que você consegue - respondeu o homem.
O acrobata perguntou novamente, e quando a resposta foi a mesma , ele apontou para o barril e disse:
- Tudo bem. Então entre que eu o levo para o outro lado.


O que o viajante fez? É justamente essa pergunta que temos de fazer a nós mesmo a respeito de Jesus Cristo. Nós declaramos nossa crença nele em termos em nada equívocos, até mesmo em credos finamente articulados, e depois recusamo-nos a entrar no barril? O que fazemos com respeito ao senhorio de Jesus é melhor indicação da nossa fé do que pensamos. É isso o que o mundo quer da nossa retórica, o que o homem de Deus anseia nos pastores de ovelhas - ser ousado o bastante para ser diferente, humilde o bastante para cometer erros, selvagem o bastante para arder com o fogo do amor, real o bastante para que os outros vejam o quanto somos falsos.
Que a oração de Nikos Kazantzakis erga-se dos corações num tom apaixonado de amorosa percepção:

| Sou arco em tuas mãos, Senhor.
 
| Estenda-me, para que eu não perca a utilidade.
 
| Não me estendas além da conta, Senhor, posso quebrar,
 
| Estende-me além da conta, Senhor - e daí se eu quebrar?

[extraído - Evangelho Maltrapilho - Brennan Manning]
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Deus abençoe (:

Suelen Nakahara

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